quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Preconceito, Falta de Respeito ou Paranóia?

Hoje diante de uma discussão no Fórum, com a colega Maria da Pena, lembrei-me deste texto recebido por e-mail há alguns meses atrás.

Bolo Nega Maluca

Uma senhora entra numa confeitaria e pede ao balconista um bolo "Nega Maluca".
O balconista diz à cliente que usar o nome "Nega Maluca", hoje em dia, pode dar cadeia, em face de:
Lei Eusébio de Queiroz;
Artigo Quinto da Constituição;
Código Penal;
Código Civil;
Código do Consumidor;
Código Comercial;
Código de Ética;
Moral e Bons Costumes;
Além da Lei 'Maria da Penha’...
A cliente:
- Então meu filho, como peço esse bolo?
O balconista:
- Bolo afro-descendente com problemas mentais.

A primeira coisa que passou pela minha cabeça na época foi:
• “Tem gente que realmente não tem o que fazer."
A segunda coisa que fiz movida pela curiosidade foi:
• Checar sobre as leis e artigos mencionados.
E para minha surpresa tudo condizia com o descrito.
Então a terceira coisa a fazer era:
• Chegar à conclusão que realmente alguém dedicou muito mais tempo do que o que eu tinha imaginado, para pensar em tal texto com 'procedências legais'.
Porém, a pergunta do titulo só veio em minha mente agora. Até onde estamos sendo preconceituosos? Onde inicia a falta de respeito? Ou será que estamos falando tanto em diversidade nos dias de hoje que estamos ficando paranóicos e achando algo errado em tudo? Se tudo isso não passar de paranóia, será que temos que pagar o preço da loucura?
E fico pensando que talvez esse seja o preço para modificar a cultura da humanidade.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

I Seminario do Ensino Fundamental Compromisso com a alfabetização

A Prefeitura de Diadema organizou o I Seminário do Ensino Fundamental de 9 anos.
Após três dias de Seminário de muito conteúdo e discussão agradável, refleti sobre a prática educacional de todos os envolvidos na educação.
As palestras presenteadas pelas Profª Auricélia Ribeiro do Nascimento,
Assessora Técnica da Coordenação Geral do Ensino Fundamental - SEB/MEC e
Profª Maria do Pilar Lacerda Almeida e Silva,
Secretária Nacional de Educação Básica do Ministério da Educação, com os temas
"Por que ensino fundamental de 9 anos?" e "O novo ensino fundamental e a prática pedagógica", destacou o quanto é importante o professor saber o que ele precisa alcançar em relação ao seu aluno. O professor deve ter clareza de quais competências o aluno deve atingir ao fim do ano letivo. Ter o Ensino Fundamental com 9 anos em ciclos significa que estamos tendo a oportunidade como educadores de concretizar o trabalho de alfabetização em 600 dias. Digo que a oportunidade é do professor, porque acredito que ele é o maior responsável pela alfabetização ou não do aluno. O aluno não tem a oportunidade de aprender, ele tem o direito de aprender. E o professor tem a obrigação de ensinar. Ele esta ali para isso. É seu dever ensinar ao aluno todo conteúdo programado para o ano letivo. É seu dever dar prioridade ao que
"é básico, necessário, relevante e significativo" (Profª Auricélia). É seu dever ter compromisso com a educação e respeito pelos alunos. É preciso que seja traçado um caminho a percorrer e sempre se policiar para que chegue ao final, dentro do prazo estipulado e com os objetivos alcançados.
"Somos professores de Educação Básica, não podemos nos contentar em ensinar o mínimo. Precisamos oferecer pelo menos o básico." (Profª Auricélia).

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Governo de São Paulo cria escola para Jovens Gays

Foi assinado no dia 16/12/2010, um convênio entre o Governo do Estado de São Paulo e o Grupo E-jovem de Adolescentes Gays, Lésbicas e Aliados para a criação da Escola Jovem GLBT, a primeira do gênero no país.
O objetivo da escola é valorizar e difundir a Cultura GLBT, em cursos que serão abertos a jovens hetero, Homo e Bissexuais já a partir de 2010.
“A escola é um Ponto de Cultura. O fato de os cursos serem abertos a todos e não só a jovens Gays é parte da nossa estratégia de combate à homofobia,” explica Deco Ribeiro, diretor da Escola Jovem GLBT.
“Preconceito é ignorância. Para vencer isso, precisamos levar nossa arte, nossa expressão e nosso discurso a quem não nos conhece. Se a valorização da cultura negra é estratégia do movimento negro, assim como de vários povos e regiões, por que não valorizar a cultura GLBT?”
Na sede da escola, em Campinas, meninos e meninas da própria cidade e das regiões de Sorocaba, Grande São Paulo e da Baixada Santista terão aulas de criação de zines, criação de revistas, criação literária, dança, música, TV, cinema, teatro e performance Drag, sempre com foco no jeito de ser e agir das Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros.
O material produzido ao longo dos cursos, como CDs e DVDs, livros e revistas, peças de teatro e espetáculos de Drag Queens, circularão pelo estado e serão assistidos e distribuídos gratuitamente. Os jovens poderão concorrer ainda a bolsas de estudo.
“Pra quem está se descobrindo agora, é importante conhecer suas raízes,” afirma Chesller Moreira, presidente do Grupo E-jovem. “E mais importante ainda, saber que é possível ser feliz sendo exatamente quem você é. O jovem ouve tanto por aí que ser Gay é errado que ele fica sem referências positivas. Aqui ele vai poder descobrir que ser Gay é legal, que ser Travesti é legal, e que ele tem muito a oferecer à sociedade.”
Todo o projeto é financiado por um convênio firmado entre o Governo do Estado de São Paulo e o Ministério da Cultura, que tem por objetivo apoiar entidades que desenvolvem relevante papel na comunidade nas áreas de fomento, difusão, produção e formação cultural.
O Grupo E-jovem foi selecionado por meio de concurso público e foi a única entidade GLBT contemplada em SP.
As matrículas e inscrições para bolsas de estudo já estão abertas e as aulas devem começar em março de 2010.

Reunião no gupo E- Jovem

Fonte: http://homondo.com.br/content/governo-de-s%C3%A3o-paulo-cria-escola-para-jovens-gays

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Respeito à orientação sexual

Respeitar o outro, o próximo, o semelhante. É fácil?
Depende. Depende de quem é o outro. Quão próximo o próximo realmente esta. E de que semelhante estamos falando.
E respeitar a orientação sexual das pessoas? Isso sim é fácil não é mesmo?
Afinal, o difícil é a relação direta com a pessoa, sua orientação sexual não me diz respeito. Certo?
Errado. Aceitar e respeitar a orientação sexual do outro parece algo impossível para a grande maioria das pessoas. A orientação sexual que foge da normativa imposta pela sociedade a séculos, infelizmente após quase 40 anos de comprovação médica, ainda é vista por muitos como uma doença, um desvio de personalidade. É preciso que as pessoas aceitem e respeitem as outras pelo o que elas são, e não por sua orientação sexual. Todos são iguais. Todos pagam impostos. Todos sofrem as penalidades da lei se necessário. Todos fazem parte da mesma sociedade. E é necessário um exercício de respeito diário para que o preconceito seja vencido.
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Fonte imagem: http://olhojandirense.files.wordpress.com/2009/02/gya.jpg

Respeito ao Meio Ambiente

QUALIDADE DE VIDA E RESPEITO AO MEIO AMBIENTE

Em 2000, a ONU – Organização das Nações Unidas, ao analisar os maiores problemas mundiais, estabeleceu 8 Objetivos do Milênio – ODM, que no Brasil são chamados de 8 Jeitos de Mudar o Mundo.
Qualidade de vida e respeito ao meio ambiente é o 7º objetivo do milênio.

O desmatamento, o desperdício de água e a produção excessiva de lixo são alguns dos problemas mais graves enfrentados pela humanidade. Cuidar do meio ambiente deve fazer parte de nosso dia-a-dia.
Apesar de o Brasil ter aproximadamente 12% de toda a água doce do planeta, 22 milhões de pessoas não têm acesso a água de boa qualidade. A água é um recurso natural renovável: rios, lagos e lençóis subterrâneos são capazes de repor seus suprimentos, desde que a humanidade não os esvazie rápido demais ou os contamine.

SUGESTÕES DE AÇÕES:

*Fazer campanhas de uso racional de água e energia.
*Plantar árvores nas ruas é muito importante, porém é preciso pedir licença à prefeitura e aos moradores.
*Implementar a coleta seletiva nas escolas, no condomínio ou no bairro e divulgar o benefício de produtos biodegradáveis ou recicláveis.
*Realizar mutirões de limpeza e rearborização de praças, rios e lagos.
*Contribuir com a limpeza da cidade, praticando ações simples como não acumular lixo em casa, ruas, terrenos, praias, rios e mares. Não jogar lixo pela janela.
* Não fumar em ambientes públicos fechados.
*Utilizar a água que sobrou da chaleira, do cozimento de ovos e da lavagem de vegetais para aguar plantas. Armazenar água da chuva, em recipientes fechados, para lavar carros e calçadas, economizando água – recurso natural limitado – nas ações cotidianas.
*Diminuir o uso de energia elétrica entre 6 e 9 horas da noite. Desligar aparelhos que não estão sendo usados, economizando e evitando a falta de energia elétrica.
*Economizar papel. Imprimir apenas documentos importantes e procurar usar os dois lados da folha. O verso de uma folha pode ser usado como rascunho, bloco de recados ou para os desenhos das crianças.
*Participar de ações de preservação e defesa de mangues, rios e mares.
*Participar de projetos sociais para construção de cisternas e casas com esgotamento sanitário para famílias de baixa renda, em áreas urbanas ou rurais.
*Incentivar o uso de sacolas reutilizáveis para compras.
*Incentivar o uso de produtos feitos com material reciclado.

Fonte: http://www.objetivosdomilenio.org.br/meioambiente/

Fonte imagem: http://images.google.com.br/images?hl=pt-BR&source=hp&q=8+jeitos+de+mudar+o+mundo&gbv=2&aq=0&oq=8+jeito

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Texto: Respeito as diferenças

Um indivíduo estava a colocar flores no túmulo de um familiar, quando vê um chinês a colocar um prato de arroz na lápide ao lado.
Vira-se para o chinês e pergunta-lhe:
- Desculpe, mas o senhor acha mesmo que o defunto virá comer o arroz?
E o chinês responde:
- Sim, assim que o seu vier cheirar as flores!

Moral da História:
"Respeitar as opções dos outros, em qualquer aspecto, é uma das maiores virtudes que um ser humano pode ter. As pessoas são diferentes, agem e pensam de forma diferente". Portanto, não julgue... Tente apenas compreender...

Fonte: http://www.rlmad.net/art-tema/31-artigos/78-toldifer.html

Aceitar ou respeitar?

Fonte: http://3.bp.blogspot.com/_-R5QNg-eHg0/R1VaIScSgMI/AAAAAAAAAFk/6mFJZqUZFDM/S300/diversidade%26.bmp

O desrespeito aos pequeninos

Indignação. Este é o sentimento que tomou conta de mim diante da matéria que foi comentada e assistida nos últimos três dias.
Por mais que enquanto educadora, eu já tenha ouvido e presenciado atitudes como as descritas, acredito que nunca estarei preparada para entender fatos como este.
Penso que mãe e educador têm sentimentos parecidos (me refiro ao educador que carrega em sua alma o amor pela educação). Como mãe senti um nó na garganta, um aperto no peito e os olhos cheios de lágrimas. Como educadora, além dos sentimentos de mãe, senti raiva, revolta, frustração, misturados com a previsão de impunição e reincidência, somados com a vergonha em admitir que o poder público ironicamente não tenha o poder de escolher seus funcionários. E nada faz para que isso mude.
Entender o que passa na cabeça de alguém ao torturar física e psicologicamente um ser indefeso, tornou-se uma questão que discutiremos por toda existência. Entender como pessoas desajustadas e desequilibradas como as professoras em questão, puderam passar despercebidas por todos, é algo inadmissível.
Como pessoas que estavam ali para zelar pela vida daquelas crianças, puderam ser tão inconsequentes e dissimuladas? Será que apenas um funcionário percebeu os maus tratos? Ou será que o que houve foi omissão em massa? E ainda com a denúncia, foi preciso que as crianças passassem por mais vinte dias de tortura, para que pudessem comprovar que de fato a mesma vinha de procedência fidedigna.
Crime. Crime é a palavra mais cabível aos atos cometidos pelas professoras. E todos sabem que para cada crime existe uma pena. Certo? Errado. Não posso aceitar que a demissão possa ser considerada uma pena. As crianças torturadas terão consequências para o resto da vida. As pessoas em questão, estão em suas casas neste momento desfrutando da liberdade. E mesmo quando o inquérito policial for concluído, quanto essas pessoas serão punidas?
O Código Penal Brasileiro em seu Art. 136 dispõe:
Maus-tratos
Art. 136 - Expor a perigo a vida ou a saúde de pessoa sob sua autoridade, guarda ou vigilância, para fim de educação, ensino, tratamento ou custódia, quer privando-a de alimentação ou cuidados indispensáveis, quer sujeitando-a a trabalho excessivo ou inadequado, quer abusando de meios de correção ou disciplina:
Pena - detenção, de 2 (dois) meses a 1 (um) ano, ou multa.
§ 1º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave:
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
§ 2º - Se resulta a morte:
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 12 (doze) anos.
§ 3º - Aumenta-se a pena de um terço, se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (catorze) anos.
Ou seja, após o tempo de dois meses a um ano e mais um terço, ou pagamento de multa, essas pragas da educação estarão livres para serem admitidas na creche mais próxima. Seja pública ou privada. E farão tudo novamente, até mesmo pior. E ainda temos que escutar que, "Trata-se de pessoas indefesas, que não sabem reagir ou responder e às vezes não sabem nem transmitir à mãe o que está se passando."
Diante de uma frase como esta, quem estamos colocando no banco do réu? As professoras ou as crianças?
Segue matéria
Câmera de segurança flagra professoras agredindo crianças em creche
As câmeras foram colocadas nas salas depois da denúncia de um funcionário da própria creche. As aulas foram monitoradas 20 dias. As três professoras que aparecem nas imagens foram demitidas logo que a direção teve acesso à gravação. Outras seis professoras que são suspeitas de participar das agressões também foram demitidas. Dálice Ceron ouviu o depoimento de funcionárias da creche que alertaram a direção sobre o comportamento das professoras. As testemunhas não quiseram gravar entrevista, mas de acordo com a delegada, além de confirmar as denúncias de maus-tratos, elas acusaram outras duas professoras que não aparecem nas imagens. No depoimento, uma das funcionárias disse que presenciou várias agressões e afirmou que uma das professoras chegou a jogar uma criança no chão. As imagens foram enviadas ao Instituto de Criminalística (IC) da Polícia Civil. O laudo já está pronto e confirma os maus-tratos contidos nas gravações, descreve o comportamento das professoras e conclui que as crianças atendidas na creche sofriam violência psicológica. O próximo passo da investigação será ouvir os pais das crianças que aparecem nas imagens. A secretaria da educação de Rio Preto informou que as creches que recebem verba da prefeitura são orientadas a contratar professores com o curso de magistério e que tenham habilidade em educação infantil. A secretaria informou ainda que ao tomar conhecimento das denúncias de maus-tratos providenciou a instalação das câmeras e pediu a demissão das professoras envolvidas. Nesta sexta-feira (12), preocupação e revolta, entre os pais. Aos poucos, eles levavam as crianças, algumas fantasiadas para participarem da festa de carnaval. Era difícil esconder a indignação depois de assistir às imagens que mostram os maus-tratos. E foi pela televisão que alguns pais identificaram os filhos nas imagens. Muitos pais que trabalham o dia todo não têm opção e precisam deixar os filhos na creche. Mesmo depois das demissões das nove professoras que estariam envolvidas nas denúncias, muitos pais estão preocupados e com medo. O que todos querem é punição dos responsáveis pelas agressões “Foi instaurado inquérito policial, estamos aguardando o laudo pericial, solicitei que as imagens fossem descritas e reveladas", disse a delegada Dalice Ceron. "Trata-se de pessoas indefesas, que não sabem reagir ou responder e às vezes não sabem nem transmitir à mãe o que está se passando."

Fonte:http://g1.globo.com/Noticias/SaoPaulo/0,,MUL1486494-5605,00-CAMERA+DE+SEGURANCA+FLAGRA+PROFESSORAS+AGREDINDO+CRIANCAS+EM+CRECHE.html

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Aprendendo a viver na diversidade

Pesquisando material que viesse de encontro a situações vividas por meu grupo escola diariamente, encontrei este artigo de grande valor e fundamento.
A autora relata como desde pequenos somos incentivados a comparar os iguais e separar os diferentes. Relata também que devemos tratar os alunos somente como alunos, nem melhor nem pior, mas com graus de aprendizagem diferentes, onde o professor deve adequar o conteúdo de acordo com a necessidade de cada um.
Na vida cotidiana, os processos de comparação e discriminação estão sempre presentes. Desde a infância aprendemos a comparar e a separar o grande do pequeno, o bonito do feio, o certo do errado, o normal do anormal. Julgamentos discriminatórios fazem parte do dia-a-dia de crianças e adultos.
"Primeiramente, é preciso aceitar que a discriminação, qualquer que seja ela, é aprendida. Ninguém nasce supondo que é 'normal', melhor ou inferior em relação a outros indivíduos", afirma Zilda Del Prette, professora do Programa de Pós-Graduação em Educação Especial e do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Desta forma, "é importante que na escola, principal fonte formadora de cidadãos, as crianças sejam ensinadas a respeitar as diferenças e a superar preconceitos que levam a julgamentos errados e a conflitos dentro e fora da sala de aula", continua ela.
Uma atenção especial a essa tarefa da escola é fundamental, pois, inadvertidamente, pais e professores podem permitir a reprodução da discriminação e até acentuá-la, tendo em vista que há uma forte tendência de organizarmos nossas ideias e práticas a partir daquilo que é comum, igual e homogêneo. "Estamos todos habituados a buscar as semelhanças e a valorizá-las, muito mais do que as diferenças, mesmo elas sendo tão presentes. A própria Ciência se constrói sobre a busca da regularidade, da estabilidade e, embora este esforço seja necessário, por vezes acaba ficando obscurecida a importância da diversidade e da variação, inclusive como forma de garantir a continuidade da vida em um mundo que muda constantemente", destaca Ana Lúcia Cortegoso, também professora do Programa de Pós-Graduação em Educação Especial da UFSCar (PPGEEs).
A história recente da Educação e, em particular, da Educação Especial, mostra que há diferentes dispositivos para fomentar o desenvolvimento de práticas inclusivas de atenção à diversidade. Na base de todos eles está uma política educacional que estabeleça diretrizes, metas e objetivos voltados para a inclusão, além de garantir as condições mínimas para o alcance desses objetivos e metas.
De início, é necessário desenvolver uma cultura de inclusão e de respeito à diversidade - dentro e fora da escola. Para realmente ocorrer, a cultura de inclusão requer o envolvimento da sociedade organizada e do Estado. Isto, segundo Zilda Del Prette, vem ocorrendo no nosso país há alguns anos, ainda que de maneira lenta. "Pode-se dizer que os recursos legais, como itens de nossa Constituição sobre cidadania, ou leis complementares, como os chamados Estatutos, por exemplo o da Criança e Adolescente, dão as condições necessárias ao desenvolvimento do trabalho, mas não suficientes para a construção de uma sociedade verdadeiramente inclusiva", considera ela.
De acordo com o professor Almir Del Prette, também do PPGEEs e PPGPsi, o que é posto na lei deve ser seguido por uma ação estratégica, que deve começar na família e se estender para a escola em todos os níveis, em um movimento social amplo que agregue os demais setores da comunidade. "É possível fazer um paralelo com o processo de vacinação que começou no País há muito tempo. Inicialmente, se fez uso da lei e, posteriormente, utilizou-se, de forma bem sucedida, o processo educativo. Hoje, é muito raro encontrar algum pai que se oponha à vacinação de seu filho e, mais ainda, as mães buscam esse recurso como direito legítimo", exemplifica o pesquisador.
Na escola particularmente, que é para onde convergem as atenções quando se fala em práticas inclusivas, além das condições materiais - melhoria das salas de aula, materiais pedagógicos adequados, ampliação e melhor remuneração do quadro docente -, os pesquisadores entendem como fundamental a qualidade da atuação do professor, não apenas para oferecer um modelo de respeito e de valorização das diferenças entre os alunos, mas também como agente mediador de interações sociais educativas e inclusivas na sala de aula. "Em relação ao professor, a primeira coisa é ele próprio não discriminar o aluno 'diferente', seja em termos de rendimento, de estética ou de habilidades. A segunda é colocar esse tópico na pauta de seus objetivos de ensino e criar condições diárias para envolver os alunos no processo de aprendizagem", acredita Zilda Del Prette.
Em princípio, como enfatiza a pesquisadora Ana Lúcia Cortegoso, é necessário entender que não há alunos normais, há apenas alunos: os tipos e graus de necessidade que cada indivíduo tem para aprender são diferentes e, mais do que dividi-los em categorias "x" e "y", é necessário verificar, sempre, quais são os limites do próprio professor para lidar com tal diversidade. "A partir daí, é possível equilibrar a demanda com diferentes números de alunos em classe, para que haja diferenciação de programação e de conteúdo naquilo que não pode ser aprendido da mesma forma por todos", afirma Cortegoso.
Ou seja, não há nada mais injusto do que tratar todo mundo igualmente, se as necessidades são diferentes. A distribuição da atenção precisa ser qualitativamente equilibrada. O professor deve, inclusive, contar com os alunos que precisam menos de sua atenção, para agirem como tutores. "Esses alunos se sentirão valorizados ao poderem colaborar e, certamente, aprenderão muito com isso, inclusive no sentido de se tornarem melhores cidadãos. E, na verdade, todos poderão, de algum modo e dentro de seus limites e potencialidades, ajudarem-se mutuamente, o que faz com que não existam 'favores', mas trocas justas", explica Cortegoso. A pesquisadora destaca que na instituição da "tutoria" é necessário se garantir que ela esteja ao alcance de todos, e não se institucionalizou na forma de "ajudantes do professor".
O planejamento de atividades feito a partir do reconhecimento dos objetivos a serem alcançados e das peculiaridades dos alunos, aliado à disposição de verificar o resultado das atividades são também relevantes, quando se deseja criar reais condições de aprendizagem numa perspectiva inclusiva. É importante que os objetivos sejam encarados não como "conteúdos" a serem transmitidos, mas como competências a serem promovidas nos aprendizes, e que se busquem alternativas quando os resultados do processo não forem satisfatórios.
Paralelamente a isso, o professor pode colocar em prática atividades acadêmicas lúdicas que levem as crianças a perceberem que seus próprios amigos são diferentes em vários aspectos, que ela própria é diferente em muitas de suas características e que, no entanto, todos podem conviver e extrair o melhor dessas diferenças. O docente deve também valorizar - sem alarde - as ações daqueles que apresentam respeito e aproximação ao "diferente". "Temos visto que, quando o professor cria esse 'clima' na sala de aula, as crianças naturalmente tendem a aceitar o outro e colaborar para que ele se sinta bem", explica Del Prette. Nesse sentido, ele exemplifica: se uma criança está falando algo e as demais estão conversando ao mesmo tempo, o professor deve pedir a atenção de todos. Se o professor fizer isso em relação a qualquer aluno da sala, estará promovendo o respeito para com o próximo; quando o fizer em relação à criança com necessidades especiais estará, além disso, mostrando que ela tem o mesmo direito dos demais. "Por outro lado, se todos estão ouvindo e prestando atenção ao que diz ou tenta dizer uma criança com necessidades especiais, o professor precisa valorizar as duas coisas: a sua fala e a atenção dos outros."
Apesar dessas práticas pontuais e diárias serem fundamentais quando se pensa em cultura escolar e diversidade, os pesquisadores, de modo geral, acreditam que mais do que construir atividades específicas para integrar e respeitar a diversidade, é fundamental que cada prática educativa esteja coerentemente voltada para a inclusão de todos. Ou seja, não são apenas os alunos ditos "especiais" que precisam ser incluídos, mas todos os alunos de uma turma. E nesse ponto, uma relação saudável e respeitosa com as famílias, buscando nelas uma complementação e a troca de informações e ideias, pode ser uma condição muito propícia para a criação de ambientes de aprendizagem capazes de atender à diversidade.
"Com relação aos pais, instigados pela escola devem propor grupos de estudo, atividades integradas, selecionar e trocar leituras, filmes e outros recursos educativos pró-inclusivos a serem utilizados com os filhos. Os pais precisam também compreender que a maneira como se comportam deve ser coerente com o próprio discurso sobre tolerância e respeito à diversidade", enfatiza Zilda Del Prette.
As práticas inclusivas - quando bem conduzidas e efetivas - cumprem o importante papel de preparar todas as crianças, desde a mais tenra infância (e também os adultos!) para uma atuação cidadã, de respeito e tolerância às diferenças. "Penso que ela [a educação inclusiva] é parte do processo de construção de uma nova cultura escolar comprometida com uma sociedade mais justa para todos", diz Del Prette.
Na mesma direção, Ana Cortegoso acredita que "o papel da Educação é formar pessoas como cidadãos capazes de produzir bem-estar para si e para aqueles que convivem consigo. Precisamos aprender não apenas a conviver com a diversidade - como se fosse uma deferência nossa para com os mais diferentes -, mas a desejá-la, promovê-la e respeitá-la como uma benção, um prêmio da Natureza".


quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Frases sobre Respeito

Achei muito pertinente iniciar este blog com o significado de respeito segundo algumas pessoas.

Para mim, Respeito é simplesmente a base de tudo.

"Ser capaz de respeito é hoje em dia quase tão raro como ser digno de respeito." (Joseph Joubert)

"O respeito de si próprio é, depois da religião, o principal freio de todos os vícios." (Francis Bacon)

"Os homens não têm muito respeito pelos outros porque têm pouco até por sí próprios." (Leon Trotsky)

"É preferível cultivar o respeito do bem que o respeito pela lei."
(Henry David Thoreau)

"O respeito pelos pais só resiste enquanto os pais respeitem o interesse dos filhos." (Raúl Germano Brandão)

"Quando o homem aprender a respeitar até o menor ser da criação, seja animal ou vegetal, ninguém precisará ensiná-lo a amar seu semelhante."
(Albert Schweitzer)

"Sempre é mais valioso ter o respeito, que a admiração das pessoas."
(Jean-Jacques Rousseau)

"Auto-respeito é o fruto da disciplina. O senso de dignidade cresce com a capacidade de dizer para si: não." (Abraham J. Heschel)

"Desconfio do respeito de um homem com seu amigo ou sua bandeira quando não o vejo respeitar o inimigo ou a bandeira deste." (José Ortega y Gasset)

"Aos vivos, deve-se o respeito. Aos mortos, apenas a verdade."
(Voltaire)

"O respeito à vida é fundamento de qualquer outro direito, inclusive o da liberdade." (Papa João Paulo II)

"O irracional respeito à autoridade é o maior inimigo da verdade."
(Albert Einstein)

"Em roupa ruim ninguém é tratado com respeito." (R. C. Trench)

"O respeito ao direito alheio é a paz." (Benito Juárez)

"A bondade é o princípio do tato, e o respeito pelos outros é a primeira condição para saber viver." (Henri Frédéric Amiel)

"Respeitar tratados e convênios não é questão de direito, é questão de conveniência." (Thomas Hobbes)

"Quando os que mandam perdem a vergonha, os que obedecem perdem o respeito." (Georg Christoph Lichtenberg)

"O trabalhador tem mais necessidade de respeito que de pão." (Karl Marx)

Fonte: http://www.sitequente.com/frases/respeito.html